quarta-feira, 22 de abril de 2015

FLOR DO CAMPO CELEBRA ANIVERSÁRIO DA FUNDADORA



Na quarta-feira última, 21, a diretoria, brincantes e torcedores do Boi-Bumbá Flor do Campo, reuniram-se para celebrar mais um aniversário da mestra em cultura popular, Professora Georgina Ramos, a fundadora do bumbá que representa o bairro Tamandaré.

A celebração do aniversário da fundadora do bumbá Vermelho e Branco aconteceu no terreiro de sua residência, regada ao som de muitas todas, contando, ainda, com a participação de amigos, dançarinos, membros da Diretoria e apresentações de itens do boi.

De todos os itens que marcaram presença, notou-se a ausência do símbolo maior da nação vermelha, e magistral obra de D. Georgina Ramos: a alegoria do boi Flor do Campo.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

GUAJARÁ: 86 ANOS, AOS TRANCOS E BARRANCOS



Palácio Pérola do Mamoré: bolo alegórico
Guajará-Mirim, também conhecida sob o carinhoso apelido de Pérola do Mamoré,    nesta sexta-feira, 10 de abril, irá completar 86 anos de emancipação política e administrativa.

O município foi criado em 12 de julho de 1928, por força da Lei nº 991, sendo sua instalação política realizada na manhã do dia 10 de abril de 1929, ocasião em que foi dada posse ao primeiro Intendente (prefeito), o comerciante Manoel Boucinhas de Menezes. 

Praça Barão do Rio Branco: mato e lixo
Ao longo dos diversos ciclos de desenvolvimento, Guajará-Mirim colecionou rico patrimônio cultural tangível e intangível, constituindo-se em singular e inestimável acervo histórico, artístico e cultural, colocando o município como importante destino turístico.

A natureza exuberante, as manifestações culturais populares, os eventos religiosos e a arquitetura histórica da cidade compõem um formidável e delicado acervo, constantemente ameaçado de desaparecimento, particularmente os exemplares do campo material, por conta das atitudes arbitrárias de analfabetos estéticos, das intervenções modistas de ‘ultima hora’ acrescentada na arquitetura e na paisagem urbanística do início do século XX e, sobre tudo, em razão do descaso e desmando das autoridades de ‘plantão’ que ocupam o Palácio Pérola do Mamoré, quase sempre insensíveis para com a história e memória local.

Praça Barão do Rio Branco: oblísco
A programação oficial organizada pelo Palácio Pérola do Mamoré, em celebração ao aniversário da cidade, inclui atividades esportivas, exposições fotográficas, feira gastronômica e apresentações culturais. Sem dúvida, uma programação relevante, vez que possibilita visibilizar o artista, a arte e a cultura local, além, é claro, de celebrar a data. Contudo, para um município que se aproxima do seu primeiro centenário, com forte patrimônio cultural, o segundo mais antigo de Rondônia, se esperava um pouco mais da programação oficial.

No que se refere aos espaços públicos de uso coletivo, alguns datados das primeiras décadas do século passado - a exemplo citamos as praças Dr. Mário Corrêia e Barão do Rio Branco, este ano se quer foram limpas. Não mereceram nem o “velho e cansado” cal branco no meio-fio. O descaso e abandono imperam. A Praça dos Pioneiros (que contém a centenária Estação da EFMM) só passou por roço na véspera do dia 10, muito provavelmente porque lá será realizado um evento musical.


Av. Costa Marques, centro histórico de Guajará-Mirim
Devolver para população, na data do aniversário da cidade, um destes espaços revitalizados seria, no mínimo, um dever da equipe que conduz nossa cidade. Nesta data, em se tratando de preservação, restauração, revitalização e manutenção de edificações e praças históricas, a cidade não tem o que comemorar.

As avenidas que cortam o centro histórico da Pérola do Mamoré são dotadas de canteiros centrais. Da mesma forma que as praças, os canteiros não receberam o mínimo de tratamento e limpeza apresentável, preparando, desta feita, a cidade para importante evento. O mato, o lixo e entulhos tomam conta destes espaços.

Praça Gov. Jorge Teixeira, enfrente à Prefeitura
A própria Praça Governador Jorge Teixeira, localizada em frente ao Palácio Pérola do Mamoré, onde acontecerá o ato solene de abertura da programação do aniversário da cidade, recebeu o famoso tratamento “meia-sola”. A prefeitura só limpou o lado da praça que está voltado para sede do executivo municipal. Prevaleceu o faz de conta que está tudo limpo e lindo. É a literal aplicação da velha máxima: “para inglês ver”.

Praça Dois Amigos, bairro 10 de Abril
A Praça Dois Amigos, no bairro 10 de Abril; o Parque Circuito Soldado da Borracha, bairro Caetano; a Praça localizada em frente à EEEFM Irmã Maria Celeste, bairro Caetano; e a praça localizada no Conjunto Habitacional BNH, nenhuma delas receberam qualquer ação de reparo, limpeza e iluminação. Descaso total.

Poderia me alongar, relatando aqui a situação deplorável das estruturas físicas das escolas municipais; das ruas castigadas por buracos, tomadas pelo mato e lama, durante a estação chuvosa e, no período de verão, assoladas pela poeira sufocante. À noite, predomina a escuridão total em muitas delas. A situação é mais agravante nos bairros populares e distanciados da região central da cidade, como por exemplo: Jardim das Esmeraldas, Próspero, N. S. de Fátima, Santa Luzia, Planalto, Cristo Rei e Triângulo (sendo os dois últimos, ainda que localizados na região central da urbe mamorense, são áreas sucessivamente castigadas pela ausência continuada da atitude pública).

Centro histórico de Guajará-Mirim
Não vejo a necessidade de se abordar a deplorável situação da saúde. Esta tem falado por si só, marcando presença, corriqueiramente, na mídia estadual e regional, de forma vergonhosa.

Não seria ético debitar este cenário funesto somente na conta do atual mandatário do Palácio Pérola do Mamoré que, aliás, herdou uma prefeitura-abacaxi para gerenciar. Durante as duas últimas décadas, Guajará-Mirim vem sendo seguidamente negligenciada pelas autoridades que ocupam o cargo máximo do município. Foram gestões que produziram pífios resultados para cidade e sua gente.

Parque Circuito Soldado da Borracha
Porém, não posso ser injusto, afirmando que não temos nada há comemorar. Além da programação cultural, para celebrar os 86 anos de emancipação política e administrativa da Pérola do Mamoré, a prefeitura confeccionou uma alegoria grandiosa, em formato de bolo e toda recoberta com TNT (sigla para tecido não tecido), nas cores do município, e instalou no átrio do palácio. Nem bolo de verdade a cidade mereceu no dia do seu aniversário. Aliás, nem o tecido que cobre a alegoria é de verdade.

Apesar de tudo, parabéns Guajará-Mirim, por sua extraordinária história cravada neste rincão. Parabéns por sua forte cultura e peculiar arte! Parabéns por sua natureza monumental!Parabéns ao povo perolense, por sobreviver a mais um ano, aos trancos e barrancos!

Ps: as fotos que ilustram este artigo, foram tiradas nos dias 8 e 9 de abril.

terça-feira, 7 de abril de 2015

COMEÇAM ROMARIAS DO DIVINO EM GUAJARÁ



Igreja do Divino Espírito Santo (celebração da missa)

Na manhã do último domingo, 5, a Igreja do Divino Espírito Santo localizada no bairro São José, recebeu centenas de católicos para a celebração da Missa de Bênção do Cortejo do Senhor Divino Espírito Santo que, a partir desta data, irá peregrinar pelas regiões urbana e rural do município.

Após o ato religioso, o cortejo do Divino realizou a primeira romaria, percorrendo algumas ruas do bairro, parando na residência da devota senhora Cleci Mercado, onde aconteceu o primeiro pernoite do cortejo.

Bênção do Divino aos fiéis
Na segunda-feira, 06, os romeiros do Divino visitaram as residências das famílias Mercado e Quintão e, no período da tarde, a corte do Divino seguiu para zona rural de Guajará-Mirim, pernoitando na 3ª Linha do Iata - residência da senhora Lípia. A etapa rural se encerrará no dia 17 de abril. No dia seguinte, 18, começam as peregrinações e ladainhas na região urbana da Pérola do Mamoré, se encerrando no dia 22 de maio.

No dia 23 de maio (sábado), acontecerá a Procissão do Mastro e no dia 24 (domingo), a Procissão dos Símbolos da Vinda de Pentecoste. No dia 31 será realizada a tradicional cerimônia da descida do Mastro e a grande festa de encerramento das atividades do Divino, reunindo um público de aproximadamente 1.500 pessoas, entre devotos e seguidores desta tradicional romaria religiosa, já consolidada como turística, realizada em terras mamorenses.
Romaria do Divino

quinta-feira, 2 de abril de 2015

OS ‘BONECOS’ BERADEIROS E A ESCULTURA DAVI, DE MICHELANGELO


Escultura de Chaves, personagem infantil

O artigo “Chaves e seu Madruga: a Polêmica sobre os Artistas Autores”, publicado no jornal eletrônico portalguajara.com e no blog Ariel Argobe: Cultura e Cidadania, no último dia 31 de março, dando conta da discussão sobre os verdadeiros autores da obra de arte, agora parece transpor a fronteira da dúvida da autoria, avançando, tudo leva a crer, para o autor do artigo que, segundo alegado por um dos leitores do jornal citado, é possuidor de uma ‘mente fértil’, lançando suspeição sobre os fatos narrados na matéria.

            O crítico leitor – prefiro não citar nomes para não fulanizar o debate – ainda observa sobre o exato gentílico de quem nasce na Pérola do Mamoré: guajaramirense. Sem titubear, afirma que mamorense é quem nasce no município de Nova Mamoré. Quem nasce no Município de Nova Mamoré é nova-momorense. Vou deixar barato este deslize do leitor colaborador.

            No artigo busquei explorar, além da relevância e beleza do objeto artístico, também um sentimento muito comum e absurdamente nocivo a todos - no meu entendimento –, reinante nas discussões públicas aqui travadas: a “pedagogia do auto-ódio”.

            A “pedagogia do auto-ódio” tem como regra rígida desprezar, depreciar e desqualificar tudo o que é local; tudo que é aqui produzido; tudo aquilo que traduz e afirma a inventividade, o jeito e o estilo de ser, a identidade cultural do homem amazônico. O “puro, o melhor, o verdadeiro, o diametralmente oposto à essência local vem de foro”, acreditam os defensores desta ideologia.

            De maneira geral, a “pedagogia do auto-ódio” não é discurso claro e explícito. A mensagem é sempre subliminar; é dita nas entrelinhas. 

 Irmãos Kbral e Ednart Gomes, artistas plásticos
Voltemos ao posicionamento e fala do leitor colaborador que, em seu comentário se refere produto artístico dos irmãos Gomes – para mim geniais – como ‘bonecos’. Protesto e afirmo: não são meros ‘bonecos’, mas sim obras artísticas legítimas e genuínas, em esculturas, que tem como técnica de construção cimento, areia, vergalhão e tinta. Classificá-las de ‘bonecos’ é depreciar o produto artístico e os artistas produtores. É rebaixar, deliberadamente, a arte e o artista amazônico (para não dizer artista mamorense, evitando assim, descontentamento).

Classificar as esculturas assinadas por Ednart e Kabral Gomes de ‘bonecos’ é prática depreciativa - consciente ou não - própria dos adeptos da ‘pedagogia do auto-ódio’. Pergunto-me: será que o leitor colaborador que atribuiu rotulagem desqualificadora à arte e ao artista local, também designaria a escultura representando Davi, do genial artista renascentista Michelangelo, de ‘boneco’? Certamente não.

Michelangelo Buonarroti, artista renascentista
Muito provavelmente defenderá arte ‘oficial’ produzida no velho mundo, como sendo arte com “A” maiúsculo, o que de fato é. Porém, relegar nossos objetos artísticos ao patamar de ‘bonecos’, aí é assumir o discurso estético opressor do colonizador cultural. Impor tais princípios é assumir-se ser sem traços culturais identitários regionalizantes; é dispir-se de elementos culturais locais, singulares, próprios e necessários para distingui-lo de outros povos.

Ainda sobre as afirmações equivocadas do leitor colaborador, esclareço que ao longo de mais de três decas de serviços prestados na condição de agente público, jamais foi comandado por ‘chefe’. Quem segue chefe é falange de criminosos. Sempre trabalhei em equipe, liderado por pessoas que tinham clareza do projeto a ser seguido e dos objetivos a serem atingidos.

Escultura de Davi, Florença, Itália
Durante os oito meses fiz parte da primeira equipe de secretários municipais do Prefeito Dr. Dúlcio Mendes, e destaco no mesmo, enquanto ser, pessoa de fino trato e educado. Porém, no campo ideológico e partidário, marcamos posições extremamente opostas, o que inclusive, fortalece a democracia, refina os de bate político e estabelece arenas de discussões necessárias entre o ente público e a sociedade.

Não posso encerrar esta reflexão sem antes agradecer a oportunidade criada a partir das opiniões postadas na mídia eletrônica local, se reportando ao artigo que versou sobre as esculturas dos irmãos Gomes, o que possibilitou estabelecer debate relevante, democrático e republicado, resultando em contribuições (no meu entendimento), para apuramento da nossa educação estética e política.

Para finalizar, quero reafirmar que os grandes avanços da humanidade, as incríveis e geniais invenções que transformaram todos os campos do conhecimento humano – e destaco particularmente as revoluções no campo das artes e na medicina – tiveram antes, a dedicação laboriosa de grandes mentes férteis. Sem falsa modesta, muito obrigado.

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...