sexta-feira, 29 de agosto de 2014

MAIS REAÇAS QUE O REI



Por Cynara Menezes

Debate na Band, campanha 2014
Entre todos os candidatos presentes ao primeiro debate entre os presidenciáveis  na rede Bandeirantes, nem mesmo o pastor evangélico assumidamente de direita foi capaz de dizer que existe uma ameaça à democracia no Brasil sob o governo do PT. Nenhum deles falou que o PT defende censura à imprensa. Nem que os índios estão tomando a terra dos “brasileiros”. Quem fez isso foram dois jornalistas, Boris Casoy e José Paulo de Andrade, escolhidos pela emissora para fazer perguntas (ou editoriais disfarçados de perguntas) aos candidatos.

Casoy e Zé Paulo conseguiram ser mais reaças do que todos ali. Nunca vi, num debate, jornalistas se comportarem como opositores dos candidatos –no caso, Dilma Rousseff, do PT, e Marina Silva, do PSB, porque com o tucano Aécio Neves foram só levantadas de bola para ele cortar. Nunca vi, num debate, um jornalista fazer pergunta para um candidato criticando outro concorrente. Sobriedade mandou lembranças.
Mas o que mais me espantou é que nem Dilma nem Marina e nem mesmo Luciana Genro, do PSOL, candidatas mais à esquerda no espectro político, foram capazes de denunciar, de retrucar com veemência, posturas tão arcaicas quanto às demonstradas pelos dois jornalistas, certamente com o aval dos patrões.

Colhi algumas das pérolas da noite, confiram.

De José Paulo para Luciana com comentário de Dilma:
– A questão indígena, que até no Rio Grande do Sul se agrava, com índios essa semana fazendo policiais de reféns. Na Bahia, como ocorreu em Roraima com a Raposa Serra do Sol, brasileiros trabalhadores estão sendo expulsos da terra onde estavam há gerações. A crítica à Funai é que só antropólogos determinam a política indigenista. Recentemente, em audiência na Câmara, o ministro da Justiça falou em fortalecimento da Funai, mas até agora nada se fez. A pretexto de incluir os excluídos, exclui-se os incluídos. Candidata, somos ou não iguais em direito? Qual seria sua política indigenista?

De José Paulo para Aécio com comentário de Dilma:

– O governo federal criou por decreto o Conselho de Participação Social. É uma instância direta vista com apreensão por muitos setores: seria uma ameaça ao Congresso Nacional e consequentemente ao equilíbrio institucional. Seria uma bolivarização do Brasil nos moldes chavistas e agora a própria candidata acaba de lançar a ideia de um plebiscito para fazer a reforma política, o que, me parece, deixa de lado o Congresso Nacional. Como o candidato vê a movimentação dessas peças no tabuleiro político?
(Aécio, é claro, surfa na onda da “preocupação” em “garantir a democracia”, mas Dilma dá uma boa resposta: “É estarrecedor que se considere plebiscito algo bolivariano. Então a Califórnia pratica o bolivarianismo.”)

De Boris para Marina com comentário de Aécio:

– Setores da economia criticam o que classificam, candidata, de seu “radicalismo ambientalista”. Segundo eles, esse tipo de posição tem criado obstáculos para o desenvolvimento da economia do país. Citam o exemplo da usina de Belo Monte, que poderia produzir 11 mil megawatts e, por exigências ambientais consideradas exageradas, só vão produzir 4 mil. Como a senhora responde a essas críticas?

De José Paulo para Everaldo com comentário de Aécio:

– Os candidatos de oposição temem perder votos com posições que não sejam favoráveis à manutenção dos programas sociais do governo, que acabam sendo cabos eleitorais importantes, e nisso exageram, prometendo aumentar os benefícios que no fim vão pesar na carga tributária já elevada, como é o caso da Poupança Jovem do candidato Aécio. Se há uma justificativa a curto prazo para incluir os brasileiros menos favorecidos, quando é que vamos ensiná-los a pescar?

(Até o Aécio acha Zé Paulo reaça demais neste momento.)

De Boris para Eduardo Jorge com comentário de Dilma:

– Por considerar um assunto importante e grave, que envolve a liberdade no país, vou voltar à questão do controle social da mídia. O partido da presidente, o PT, insiste num plano de censura à imprensa, que eufemisticamente chama de democratização da mídia. A bem da verdade, a presidente Dilma, a candidata Dilma, não adotou, criou uma barreira, não tem colocado em prática, apesar da insistência do partido, essa ideia. Eu queria perguntar: se eleito, o candidato Eduardo Jorge vai levar esse plano adiante?
 
(Eduardo Jorge, para riso geral, diz concordar com Dilma.)

Quando vejo os planos dos coronéis da mídia para o Brasil, transmitidos por seus funcionários em um debate supostamente jornalístico e “imparcial”, percebo o quão diferentes são minhas críticas ao governo Dilma das deles. Percebo o quanto minha ideia, meus sonhos de País, se diferenciam dos proprietários dos meios de comunicação como a Rede Bandeirantes.

Critico a Dilma porque ela precisava ser mais atenta à questão indígena e à ambiental –a mídia acha que Dilma precisava ser ainda mais permissiva com os fazendeiros e o grande poder econômico (e o mesmo desejam de Marina).

Critico a Dilma por não ter concretizado a democratização da mídia, pondo fim à propriedade cruzada dos meios de comunicação, por exemplo, proibida em vários países. Isso nada tem a ver com censura –eufemismo quem usa são eles, ao dizer que democratizar a mídia é censurar. Os donos da mídia não querem a democratização porque temem perder seu poder, derivado do fato de que menos de uma dúzia de famílias (como os Saad, da Band) detém a maioria dos meios de comunicação no País.

Aplaudo o PT pelos programas sociais que incluíram milhões de brasileiros e acho que deve haver cada vez mais inclusão –a mídia acha os programas sociais, assim como as cotas nas universidades, desnecessários e excessivos.

Critico o PT por não ter batalhado mais pela reforma política e aplaudo a iniciativa de propor um plebiscito para fazê-la –a mídia aponta o plebiscito como “antidemocrático”, sendo que ouvir a população sobre este tema seria justamente o contrário. Curioso é que eles são contrários a ouvir a população sobre a reforma, mas foram a favor de plebiscito para dar direito às pessoas de terem armas… No fundo, não querem a reforma política porque são contra o financiamento público de campanha. A mídia sabe que o financiamento privado favorece os candidatos com maior poder econômico –os seus–, e portanto é melhor que continue assim.

O País dos reaças da mídia não me interessa. Ele é pior do que o que temos hoje. Mais injusto, mais desigual, mais concentrado nas mãos de poucos. Exatamente como a própria mídia.

Fonte: https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/1481e1f12fa24bb3 (socialistamorena.cartacapital.com.br/)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

PIQUENIQUE E POLÍTICA



Crianças da Creche do CSU

              Nesta quinta, 21, ao me dirigir para o trabalho pelo período da manhã, no itinerário entre a minha residência e a UNIR, campus de Guajará-Mirim - percurso que faço de bicicleta, volta e meia, para exercitar o corpo, ainda que esporadicamente - ao passar pela praça localizada em frente à EEEFM Irmã Maria Celeste, eis que ouço um grito insistente. Alguém me chamava para um lanche em um piquenique que acontecia naquele local e momento, em pleno gramado, sob sombra e abrigo das árvores lá existentes.

            Era a amiga e Professora Antônia Sebastiana, popular figura da cidade Pérola do Mamoré, uma verdadeira deusa de belíssima plástica afro-brasileira, de singular postura - sempre festiva e alegre - que estava acompanhada da também Professora Georgina Linhares, em atividade com seus alunos de 3 anos, da Creche do CSU. 

        Não me fiz de rogado, logo me abanquei no piquenique organizado pelas professoras, saboreando sucos, biscoitos, frutas e bolos.

Profa. Georgina Linhares e alunos da Creche do CSU
Em seguida, também se aproximou, para cumprimentar a todos, o jovem político Rodrigo Nogueira. Não deu outra: a conversa enveredou para o lado das campanhas de presidente da república, governador, deputados estaduais e federais e senadores.

O diálogo correu acalorado, com diversas opiniões, matizes e vieses sobre todos os candidatos em campanha; os nomes daqui e de fora; os  legítimos e os oportunistas; quem se elegerá e quem fica de fora; e os competentes, os incompetentes e os corruptos. Elogios e críticas severas, tanto pra direita quanto para esquerda, correram soltas.

No meio do vuco-vuco político-dialógico, Rodrigo Nogueira se informou sobre assuntos da educação no município; sobre os destinos das sobras do FUNDEB; as condições em sala de aula, dentre outros quesitos, enquanto também discorria sobre tais temas, com propriedade e segurança.

Rodrigo Nogueira e a Profa. Antônia Sebastina
Neste momento as professoras decretaram: “você é o nosso futuro prefeito. Você não pode dizer não, nós vamos votar em você”. Como um bom político, que sempre aprende com as experiências de campanha, com as vitórias e derrotas, Rodrigo Nogueira, fugia pela tangente, taticamente, não aceitando e nem negando a incumbência, apenas defendendo que Guajará-Mirim precisa de um projeto político, discutido por toda sociedade, com capacidade de tirar a cidade do atraso e marasmo em que se encontra.

As professoras, enfáticas e incisivas, em couro, "declamavam: esta pessoa é você". Rodrigo Nogueira, sabiamente, deslizava por entre os dedos e vontades das professoras, sem dizer não.

Piquenique: crianças da creche do CSU
O jovem político está mais perspicaz politicamente. Certamente espera o momento exato para se posicionar sobre o Palácio Pérola do Mamoré e, com certeza, em se decidindo concorrer ao cargo máximo do executivo municipal, Rodrigo Nogueira certamente planeja chegar lá sim, e ocupar a cadeira de prefeito de forma triunfal, levado pelos braços do povo.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

GUAJARÁ: A FLORADA DOS IPÊS



Elas estão de volta. Ano passado falei sobre sua rara beleza e exuberância floral. São os ipês, árvores realmente especiais, que possibilitam aos transeuntes da cidade, uma deslumbrante experiência estética; verdadeiro espetáculo da natureza no período da floração.

Guajará-Mirim, cidade que detém o codinome de Pérola do Momoré, certamente seria muito mais encantadora e aprazível, se canteiros e jardins das ruas, avenidas e praças da urbe tupiniquim mamorense fossem cobertos por exemplares dessas árvores espetaculares, pertencentes à família das bignoniáceas.

Apesar do abandono, da sujeira, da poeira e dos buracos nas ruas e avenidas da Pérola do Mamoré, a cidade fica mais linda (ou não tão feia) neste período do ano. A beleza do ipê em flor enche os olhos do cidadão e dos visitantes que passam por alguns locais da cidade onde há a árvore do ipê que, por sua beleza, seduz qualquer um, pelo tom e pela profusão de flores em um único exemplar.

A área externa da centenária e histórica Estação da antiga EFMM, onde hoje funciona o Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim, neste período do ano, transforma-se em uma das mais lindas paisagens urbana da cidade, atraindo olhares de todos - brasileiros e bolivianos - que por ali passam, e se encantam com a florada dos ipês lá existentes.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

DIA DOS PAIS: HISTÓRIA E SIGNIFICADO



Hugo e Maria Edwirges, Dia dos Pais no Balneário do Célio

A versão mais conhecida sobre o surgimento da data para celebrar os pais é a história de William Jackson Smart, um veterano da guerra civil americana, que perdeu sua esposa quando os seis filhos eram ainda bem pequenos.

Segundo a história, no ano de 1909, em Washington, Estados Unidos, Sonora Louise Smart Dodd, filha de William Jackson Smart, ao ouvir um sermão dedicado às mães, teve a ideia de celebrar o Dia dos Pais. Seu objetivo era homenagear o próprio pai, que viu sua esposa falecer em 1898, ao dar a luz ao seu sexto filho. William teve de criar o recém-nascido, e seus outros cinco filhos, sozinho.  Segundo algumas fontes de pesquisa, o nome do pai de Sonora era John Bruce Dodd, e não William Jackson Smart.

Hugo e Ariel, celebrando o Dia dos Pais, Balneário do Célio
A data escolhida por Sonora Louise foi o dia de nascimento de Willian, dezenove de junho, sendo sua homenagem em razão da admiração que sentia pelo pai, por ter dedicado sua vida aos filhos e ter conseguido criá-los muito bem. Com o tempo, o feito de Sonora Louise foi se repetindo por outras famílias da cidade de Spokane, posteriormente por todo Estado de Washington, até um dia atingir todo o país. 

Em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais. Outras fontes atribuem a oficialização da data ao Presidente Richard Nixon, no em 1972.

No entanto, há registro de homenagem bem anterior à versão americana. O fato mais remoto de tributo a um pai é anotado há mais de quatro mil anos, ainda na Babilônia, quando um jovem chamado Elmesu fez um cartão de argila para seu pai, desejando-o sorte, saúde e longa vida.


Hugo e Maria, Dia dos Pais, Guajará-Mirim/RO
No Brasil, o Dia dos Pais foi celebrado pela primeira vez em 14 de agosto - dia de São Joaquim, patriarca da família - do ano de 1953, a partir da proposta do publicitário Sylvio Bhering. Naquele ano, diversas instituições de imprensa se reuniram com o propósito de promover um concurso para homenagear três categorias de pais: o pai com maior número de filhos, o pai mais jovem e o pai mais velho. Os vencedores foram um pai com trinta e um filhos, um pai de 16 anos e um pai com 98 anos.

Posteriormente, esta data foi alterada por motivos comerciais e, desde então, o Dia dos Pais, no Brasil, é celebrado no segundo domingo de agosto, sendo esta uma data flutuante, caindo em dias diferentes a cada ano.

Excetuando a intenção comercial, o Dia dos Pais é uma data para estreitar e fortalecer os laços familiares e cultivar o respeito por aquele que nos deu a vida, seja por meio de um abraço fraterno ou de um presente, ofertado ao ente imprescindível na vida de uma criança; a esta pessoa que formará sua personalidade e a acompanhará ao longo de toda sua vida.

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...