quinta-feira, 30 de junho de 2011

LAICIDADE, TOLERÂNCIA E DIFERENÇA

Por Moyses Pinto Neto (*)

As recentes manifestações de cunho religioso contra a decisão do STF que reconheceu o direito à união estável por parte dos gays e as respostas à criminalização da homofobia por parte da banda fascista do Parlamento são preocupantes. Mas já vou adiantando: não compartilho da visão de que a “laicidade” do Estado está sendo atacada por religiosos, tampouco que a criminalização da homofobia seja algo positivo. Não porque concorde com homofobia ou com as causas evangélicas, por óbvio. Quem lê o blog já deve ter percebido que penso de forma diametralmente oposta a tais grupos. No entanto, é preciso pôr algumas vírgulas nessas questões, pois são mais complexas que parecem.

Que papel desempenha o princípio da laicidade no mundo atual? No lugar onde é mais fortemente invocado, a França, é utilizado pelos “republicanos” contra minorias islâmicas a fim de preservar a “neutralidade religiosa dos espaços públicos”. Sabemos, contudo, que privar uma pessoa da possibilidade de ostentar um símbolo religioso não é neutro, mas uma atividade repressiva que envolve a tomada de uma posição cultural (no sentido forte, de ética, pertencimento a uma morada, ethos). Além disso, conhecemos a hipocrisia de tais proibições: fundadas na emancipação feminina (causa totalmente respeitável e urgente), elas não terão a mesma eficácia em proibir discursos católicos em relação à castidade das mulheres e ostentação de crucifixos. Em suma, a laicidade é hoje usada na França como máscara jurídico-política da xenofobia crescente no país. O que os franceses chamam de “laicidade” ou “republicanismo” não é outra coisa, observadas certas particularidades, senão a alergia ao estrangeiro.

Pode-se alegar, nesse sentido, que há casos mais simples: por exemplo, na questão da retirada dos crucifixos em salas de audiências (que, por sinal, foi rejeitada pelos magistrados brasileiros). É verdade. Nesse caso, teríamos uma estrutura de tribunal “neutra” da qual é possível desafogar os símbolos religiosos (obviamente, a objeção dos católicos é ridícula: comparar o Cristo Redentor, símbolo religioso-cultural em um espaço público, com um crucifixo em um espaço estatal é deixar de lado o bom senso). Porém imaginemos a seguinte situação: um aborígene neozelandês, guiado por práticas restaurativas que hoje influenciam as melhores correntes de pensamento criminológico, cai em uma sala de audiências. Será o espaço de um juiz acima das partes, vocabulário exótico e estrutura “trinária” algo realmente neutro para ele?

Podemos confirmar essas observações por meio da riqueza de estudos em filosofia política, antropologia e outras áreas acerca da secularização como processo de incorporação de conceitos teológicos à esfera profana. A obra Homo Sacer (enquanto sequência de trabalhos) do filósofo Giorgio Agamben é, nesse sentido, o maior exemplo, embora não seja o único nem o primeiro. Na realidade, a laicidade é, como ensina o português Fernando Catroga, o passo em que a secularização se converte em religião civil, paradoxo que põe em xeque as convicções liberal-modernas de que é possível eliminar esse tipo de problema mediante abstrações, sem uma direta conexão (profanatória, antropofágica, desconstrutiva, reacionária etc.) com a tradição.

Os liberais – e vivemos sob a égide do paradigma liberal na política – pensam na questão exclusivamente em termos de tolerância. A fórmula é de que as religiões diversas devem ser toleradas na esfera pública e relegadas à liberdade da esfera privada. A aposta no “laicismo” dos movimentos gay e feminista, por exemplo, no fundo reflete isso: a crença de que, gostem ou não de mim os fundamentalistas religiosos, é ainda possível em um Estado Liberal que este não interfira na esfera privada, deixando a liberdade de cada um intacta mediante a tolerância recíproca. É a perfeita imagem monádica do mundo, em que esferas atômicas cerradas em si mesmas mantêm a plena indiferença uma a outra, coincidindo a liberdade com a propriedade e resultando na crise ético-política que vivemos atualmente.

Acredito que devemos ir adiante e girar o foco menos para o “laicismo” (que pode ser útil em certos casos, e não se mostra ideia desprezível) e mais para a própria possibilidade de construção de discursos que ajam no interior das formas-de-vida, rompendo a crosta monádica do indivíduo-livre-e-tolerante moderno. É preciso perceber que o que vivemos atualmente é, sobretudo, um choque com a experiência positiva da política. Em outros termos: as posições conciliadoras que relegam a altos graus de abstração os problemas, a fim de fugir dos conflitos vitais, acabam por tornar tudo tão formal e abstrato que se transformam, por isso mesmo, em teorias desconectadas da realidade. Precisamos enfrentar essa experiência ético-política do entrechoque das formas-de-vida.

É necessário interromper a “tolerância” com o fascismo, não com violência contra os fascistas (daí minha crítica à utilização das vias penais), mas justamente exibindo a respectiva violência. Devemos mostrar que quem dá o soco e tem seu braço interrompido no meio do caminho não está sendo agredido por quem se defende. De outra forma: precisamos exibir o sofrimento daqueles que vivenciam a violência cotidiana opaca e muitas vezes alicerçada em tradições. Não que isso seja uma estratégia passiva; é uma estratégia pacífica. Os próprios cristãos – seguidores de uma sabedoria milenar – devem reagir contra a interpretação fanática e equivocada das Escrituras. Pois qualquer um que tenha estudado a história de Jesus de Nazaré – e para isso basta ter passado pelo colégio – sabe que sempre foi ao Outro, e não as moralistas, que ele se dirigiu. Não podemos nos conformar com a mera “tolerância”; devemos convencer as pessoas – por meio da concretude da violência que exercem – que elas precisam interromper esse processo, que elas precisam ser com a diferença. É preciso mostrar que é errado ser preconceituoso, violento, discriminatório com gays ou quem quer que seja (experiência sempre dolorosa de ruptura com nossos saberes prévios, com nossa segurança do ser, com nossa autoconservação). Essa experiência da política material – bem distinta dos moldes jurídicos da política liberal – é fundamental e precisa ser recuperada. Não devemos nos acovardar diante da magnitude da tarefa.

Sobre Moyses Pinto Neto
Pesquisador transdisciplinar da violência. Doutorando em Filosofia (PUCRS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Professor de Criminologia e Direito Penal da ULBRA.

Fonte: http://nossocoletivonegro.blogspot.com/

terça-feira, 28 de junho de 2011

UMA ROSA COM AMOR PARA VOCÊ

De: Roberto Matias e Silvio M. Santos

Explodiu uma alegria no ar
Com muita emoção
Vou festejar
Vamos todos brincar
É São João deixa a fogueira queimar
Sou Rosa, Rosa Divina eu sou
Vem pra cá pra me ver
Só pra saber
Bato forte no meio peito
Só quero ver essa Rosa crescer
No meu coração,
Não tem espaço
Pra outra Rosa não, não, não
Venho da roça o luxo não me importa
Sou quadrilheiro
Sou tipo caipirão
Por isso eu passo a noite inteira
Pertinho da Fogueira
Para me aquecer
Essa Rosa é com amor pra você
Arrasta o pé no salão
Dando viva a São João

ROSA DIVINA

Rosa Divina, apresentação no Flor em 2011
Por: Sílvio Santos (*)

Apresenta: São João nas Festas

A quadrilha Rosa Divina vai colocar no “curral” de dança da XXX Mostra de Quadrilha o tema “São João nas Festas” que será apresentado em cinco atos por 40 pares, coreografados pela Nara Teixeira. De acordo com o diretor artístico e compositor Roberto Matias. “Vai valer a pena assistir a nossa querida quadrilha Rosa Divina no Flor do Maracujá este ano”.

A Rosa Divina é a única quadrilha que se apresenta no Flor do Maracujá desde a primeira Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás que aconteceu na quadra do colégio Rio Branco em 1982. “Na realidade nosso grupo completou 32 anos em atividade, no dia 13 de maio, quer dizer, somos mais velhos que a Mostra da Secel”, lembra Roberto.

Considerado como o grupo que mais preserva a tradição da brincadeira de quadrilha a Rosa Divina é responsável por várias inovações dentro do Flor do Maracujá, por exemplo, foi a primeira a colocar uma orquestra, inclusive, com naipes de metais tocando durante suas apresentações, foi a primeira a utilizar música própria e de autores e compositores de Porto Velho e também a criar coreografia especial para cada música. A Rosa Divina sempre está brigando pelo título e em conseqüência, consegue ótima classificação, já foi 4 vezes campeã no Flor do Maracujá e outras tantas vezes no “Flor de Candeias” e Arraial da AFA.

Sua versão mirim vai dançar no Flor do Maracujá no dia 2 de julho com 30 pares e defendendo o tema: “sorriso” que foi escolhido pelo organizador e vice presidente do grupo Reinaldo Cruz.

Ficha técnica
Presidente: Emanuel Eleno
Marcador: Alisson Laborada
Casal de noiva e noivo: Lilma Andrade & Fábio
Velho e Velha: Renato e Dila
Coreografa: Nara Teixeira
Maria Bonita e Lampião: Iuna e Thiago

* Sílvio Santos é colunista cultural renomado, assinando página concorridíssima no Jornal Diário da Amazônia

segunda-feira, 27 de junho de 2011

BELEZA GAY

CANDIDATO DE RONDÔNIA VENCE O MISTER BRASIL DIVERSIDADE

Quatorze homens representaram na noite de quinta-feira, 23, a beleza gay dos Estados do Brasil no Teatro Brigadeiro, em São Paulo. Na segunda edição do Mister Brasil Diversidade 2011, apresentado por Angélica Morango e Matheus Carrieri, o grande vencedor foi o candidato de Rondônia, o modelo Antonio Guilherme, de 28 anos.

O concurso, que contou com o famoso desfile de sunga e perguntas de cunho social, teve disputa acirrada. Tanto que, ao somarem 67 pontos, dois candidatos empataram em primeiro lugar: Antonio e o mineiro Bruno Castro. O júri composto pela ex-panicat Tânia e pela artista trans Léo Áquilla teve a difícil missão de dar o voto de minerva. Por 6 votos a 2, Antonio recebeu a faixa e R$ 5 mil reais.

“Fiquei feliz e surpreso com o resultado. Vi que alguns tinham barriga tanquinho e eu, apesar de não ter barriga, não tinha todo aquele físico. Agora pretendo me mudar para São Paulo e investir na minha carreira”, afirmou o Mister Diversidade 2011, que recebeu a faixa de Vitor Abdalla, vencedor do ano passado.

Além do prêmio, Antonio fará um ensaio para a revista ACAPA e marcará presença nos eventos da comunidade LGBT. O candidato de Santa Catarina, Henrique Queiroz, levou o terceiro lugar e ganhou um cruzeiro nacional com direito a acompanhante. Já o segundo colocado fará uma viagem a Buenos Aires.

SELINHO, PACOTES E PRESEVATIVO

Bastante animado, o ator Matheus Carrieri se rendeu às brincadeiras e provou que não tem qualquer tipo de preconceito. Ao anunciar a presença da artista trans Léo Aquilla, ele relembrou uma peça teatral e a chamou de “maravilhosa”. Feliz com o elogio, Léo sambou no palco, tratou de repetir uma cena do espetáculo e lascou um selinho no galã.

Outro momento curioso foi proporcionado pelo júri, que notou um notável volume na sunga dos candidatos. A apresentadora Angélica revelou o segredo: tratava-se de um “up” promovido por uma coleção de sungas que prometia “valorizar o material”. “É o bojo dos homens”, brincou Carrieri.

As apresentações musicais, que embalaram os intervalos e a soma dos votos do júri, ficaram por conta das cantoras Natália Damini e Nick Valentine. Elas se apresentaram sozinhas e depois surpreenderam a plateia ao cantarem lado a lado o hit de Rihanna S&M. A drag queen Sylvetti Montilla, que estava na platéia, também marcou presença e brincou com o público.

No momento das “perguntas e respostas”, alguns candidatos gaguejaram, outros arrancaram aplausos. O vencedor Antonio respondeu o que pensava sobre o uso de preservativos. “Nos dias de hoje não é possível manter relação sem preservativo. Acho que só é válido em relacionamentos duradouros, em que haja muito amor, fidelidade e respeito.”

O concurso ainda premiou o Mister Simpatia (o amazonense Filipe Mafra, de 23 anos), escolhido pelos próprios concorrentes, e Mister Popularidade (Hugo Ribeiro, de Goiás), eleito através do voto de internautas do Portal Virgula.

Fonte: Jornal eletrônico rondoniaovivo.com.br, Sábado , 25 de Junho de 2011 - 12:19

quinta-feira, 23 de junho de 2011

ARTISTAS PROTESTAM NO MERADO CULTURAL

Equipe de fiscais apreendendo equipamentos do Mercado Cultural
Mais um golpe traiçoeiro e covarde atinge o Mercado Cultural e tira de circulação nossos artistas que se apresentam naquele palco. A ardilosa e dolosa ação burocrática do Município de Porto Velho tenta fechar, de forma definitiva, o templo cultural do município, apreendendo equipamentos de músicos e artistas, bem como, as mesas, cadeiras e geleiras dos estabelecimentos comerciais que funcionam no Mercado cultural, o espaço que hoje embala as noitadas de caboclos, beradeiros, visitantes e turistas. Um dos comércios atingidos pela fiscalização míope – pasmem todos! – foi o famoso, o histórico e lendário patrimônio cultual de Porto Velho: o Bar do Zizi.

Fiscais recolhem instrumentos musicais
Os mecenas e proprietários dos estabelecimentos vitimados pela equipe de fiscais do Código de Postura Municipal, são patrocinadores, inclusive, dos cachês dos nossos aristas caboclos e convidados que se apresentam no Mercado Cultural, cantando esta terra, sua história e sua gente, exaltando e confirmando nossa identidade cultural e nossos heróis. O palco do antigo Mercado Central, hoje, vai muito além de um simples espaço comercial. O Mercado Cultural representa para portovelhenses e rondonienses, de uma maneira brava e legitima, nossa derradeira trincheira definidora do ser cultural amazônico.

Os argumentos apresentados pela equipe do Código de Postura do município são os mais inconsistentes possíveis – inacreditáveis, para ser mais exato – que possa justificar, irrefutavelmente, tal absurdo. Segundo o Código de Postura, o material foi recolhido do Mercado Cultural em razão do uso inadequado do espaço, uma vez que se trata de um teatro e não de uma casa de shows culturais.


O Vereador Sid Orleans esteve no local, conversou com a
Chefe dos fiscais, mas não pode fazer nada para defender
os artistas e o Mercado Cultural.

Músicos, cantores, sambistas, artistas plásticos, dançarinos, artesãos, mestres da cultura popular e agitadores culturais, mobilizados, se apresentarão no palco do mercado, nesta quinta, dia 23 de junho, a partir das 20:00 horas, durante a realização do Projeto Quinta Cultural, excepcionalmente destinado, hoje, para protestos em defesa do artista, da cultura e do patrimônio cultural local. Os coordenadores do protesto solicitam ao público que leve seu ‘banquinho’ para se acomodar, uma vez que o Mercado Cultural teve parte de seus equipamentos estruturais aprendidos pela equipe de Fiscalização da Prefeitura de Porto Velho.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

LAIO – O SILÊNCIO DO UIRAPURU

Imagem colhida na internet
Por: Altair Santos (Tatá)

Um dos uirapurus da Amazônia silenciou de vez. O Laio rasgou a cortina do tempo, estufou o peito, soltou a voz e foi cantar lá no céu. Cantava como poucos, de forma emocionada. O criativo compositor e cantor tanto fez que ultimamente já não habitava os raios dos holofotes da cena cultural e emprestava o seu melodioso em forma de oração para o movimento da Renovação Carismática Católica entoando, de quando em vez, orações musicais que iam alojar-se direto nos corações das pessoas. Por entre rios e florestas, quis o imã do registro histórico que buscássemos agora, em simbólico mergulho nas barrentas e apressadas águas do Madeira, o menino Laio, conterrâneo nosso lá da Vila de Calama (hoje distrito). Sem receios, mas aboletado na sua curiosidade beradeira, um dia aportou no Cai N`Água, pruma vida de prosa cultural e fé católica na cidade porto. Abriu o paneiro e passou então a exibir os bribotes da sua criação e invencionice musical, melódica e poética. O Laio cantou pro botos e pras araras, cantou pras matas e pros pássaros, pros índios e pros brancos. Se permitiu ser e fazer árvore fértil, prenhe de pura seiva, deixando gotejar, com fluidez, do seu tronco-peito os poemas, os versos e os cantos, cujos quais, podemos, definir como mantras amazônicos. Sua marcante voz se vez ouvir pelos brados dos Movimento Cultural Grito de Cantadores, ecoando nos longes do Teatro Amazonas (Manaus), Praça da Sé (São Paulo), Sala Cecília Meirelles (Rio Janeiro), Museu da Imagem e do Som (Belo Horizonte). A voz do “caboco” foi longe e exprimiu a força do nosso verde e o multicor da nossa verve criativa. O Laio também hasteou a bandeira do nosso cultural aqui e noutras paragens. Não bastando em si, criou com seus pares, Tatá, Monteiro, Nazareno e Roberto Matias, o ainda hoje atuante grupo seresteiro Anjos da Madrugada. Com os Anjos ele também cantou pra cidade e pras pessoas, pro amor e pra alegria de viver, como quem, dissesse ser a vida, uma dança mágica. Do epicentro de sua explosão criativa saiu vestido com o chapéu de fitas e se fez o amo do Bumba Diamante Negro. Antes, porém, já houvera brincado nos improvisos do fama Rei do Campo. Pensava rápido e compunha com maestria. Em suas autorias constam versos marcantes em defesa do vôo livre das asas

azuis e vermelhas (música Por Deus, Por Nós). Disse que “cantar bumba e a alegria do povo, é ser feliz de novo, na Flor do Maracujá” (música Toadas). Cantou a fronteira do roçado com a floresta versando: “és coração como acero, se da mata és o início, do roçado és o fim” (música Acero). Fincado em suas raízes e sentimentos animou a brincadeira popular cantando “quem corre cansa, quem anda alcança, boneco duro, rouba bandeira, brinca de roda, da machadinha e bela condessa.” (música Terreiros). De tanto lutar, viver, cantar e compor, lá se foi o Laio, um desses uirapurus amazônicos que nos deixa o legado de homem bom e de boa fé. Na prateleira da existência, deixa uma história de vida ornada por sua obra. No peito da família e dos amigos fica um vazio com o nome saudade. Antes que esta dor se nos encha o peito, fechemos os olhos e imaginemos o Laio a nos embalar com ânimos para vida adiante com estes versos: “quando alguém tiver de se desesperar e quiser sentir no coração a poesia, a fantasia, a certeza de um tempo, é cantar é compor. Cada verso que eu escrevo é fantasia, é a vida que me deixa assim, mas parece até que é coisa do destino, cada verso é um pedaço de mim.”

O autor é presidente da Fundação Cultural Iaripuna
tatadeportovelho@gmail.com

sábado, 18 de junho de 2011

EDNART E EQUIPE DECORAM ARENA DO FLOR


Ednart, Severino (Rádio Farol), Dayna e Bebel

Depois de uma delicada costura política, muitos cochichos ao pé do ouvido e uma verdadeira cerimônia de beija-mão, envolvendo a alta cúpula do Boi-Bumabá Flor do Campo e a equipe técnica da SECEL, capitaneada pelo próprio titular da pasta, o Secretário Francisco Leilson Chicão - que foi pessoalmente até a Pérola do Mamoré para fazer o arremate final do acordo financeiro, negociando o passe do artista-mór do grêmio folclórico Flor do Campo - é que Estelina de Morais, a presidente do bumbá, aceitou fechar contrato cedendo por um prazo de 15 dias a dupla Ednart Gomes e Dayna Souza - e sua trope de artistas e artesãos auxiliares – para realizar a decoração da arena de disputa estética da XXX Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás, grande palco reluzente por onde circulam as mais frondosas expressões culturais do plano imaterial, produzidas por artistas anônimos das terras outrora habitadas por karipunas e karitianas.

Equipe de Arte de Ednart trabalhando

Ednart e troupe desembarcam em Porto Velho sexta-feira, 17, e logo foram discutindo com a Gerente de Cultura da SECEL, a jovem Cândrica Madalena Bebel, todo o material necessário para começar os trabalhos de ornamentação, enquanto outra equipe, também comandada por Bebel, providencia o barracão para confecção das estruturas em metal.

Compõe a equipe de artistas de Ednart, além de sua esposa Dayna, Luciane Barbosa, os Sandros Luiz e Ribeiro, Angerlan (Geléia) e Nelson Luz, que, segundo o boi vermelho, é a fina flor artística do Boi-Bumbá Flor do Campo, de Guajará-Mirim.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

HOMOSSEXUAIS DIVULGAM CARTA DE APOIO À DENISE LIMEIRA

Movimento LGBT da zona leste de Porto Velho, em reunião
com a equipe técnica da SEAS discutindo a II Conferência
Estadual LGBT

O movimento LGBT de Rondônia, representado pela Porto Diversidade, instituição de responsabilidade social que milita na defesa da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros, divulgou na data de hoje, um manifesto intitulado “Carta Aberta à População de Rondônia, Mobilização Pela Permanência de Denise Limeira no Núcleo LGBT da Secretaria de Estado da Assistência Social”.
No documento, assinado também por diversas outras instituições que militam na área social, esportiva e cultural, o segmento LGBT defende a permanência da militante homossexual à frente do Núcleo LGBT da SEAS, alegando sua vasta capacidade e experiências exitosas junto ao segmento, sua mobilidade e sua ampla circulação no âmbito estadual, regional e nacional, tratando, discutindo e defendendo questões que dizem respeito à dignidade e a cidadania de homossexuais.


Equipe do Porto Diversidade no Distrito de São Carlos
Segundo os líderes do movimento, setores conservadores do próprio segmento LGBT, que representam os interesses dos homossexuais da região central de Porto Velho, conspiram contra a nomeação de Denise Limeira, efetivada através de decreto assinado pelo atual Governador, pelo simples fato da atuante liderança simpatizar, colaborar e militar, de maneira contundente e eficaz, junto à população LGBT mais excluída, predominante nas regiões periféricas da cidade de Porto Velho e do Estado Rondônia.


A carta, já enviada aos principais líderes do movimento LGBT nacional, será entregue ao Governador Confúcio Moura e a Secretária da SEAS, Cláudia Lucena Aires Moura.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DE RONDÔNIA

MOBILIZAÇÃO PELA PERMANÊNCIA DE DENISE LIMEIRA NO NÚCLEO LGBT DA SECRETARIA DE ESTADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL



Denise Limeira na III Marcha Municipal pela Diversidade
Sexual, zona leste de Porto Velho, 2010.  Com ela, o
Presidente do Porto Diversidade, Raymeson

 “Se você é capaz de indignar-se com uma injustiça cometida contra uma pessoa em qualquer lugar do mundo, então somos companheiros...”

Che Guevara



A sociedade brasileira atual vive um momento histórico de especial relevância para os segmentos sociais historicamente marginalizados, excluídos das políticas públicas. Como resultado das pressões dos movimentos sociais, o Estado brasileiro tem-se mostrado mais sensível à importância do combate à discriminação de toda ordem num país cuja democracia, felizmente, se encontra consolidada. Em documentos oficiais reconhece-se a existência de práticas discriminatórias, incompatíveis com o regime democrático, que repercutem em todas as instâncias sociais, incluindo-se aí desde relações interpessoais até indicadores de qualidade de vida da população.

Com o advento da eleição do Médico Confúcio Moura no pleito eleitoral de 2010, para o cargo máximo do executivo estadual, o movimento LGBT de Rondônia viu nascer fortes possibilidades de avançar na direção da promoção da cidadania de homossexuais, haja vista o perfil republicano, o espírito de justiça e a coragem imensurável do novo Governador eleito que, naquela épica campanha de batalhas sem precedentes, enfrentou firmemente e derrotou, de forma triunfal, forças conservadoras, retrógadas, covardes e preconceituosas que imperavam em terras rondonienses.

O atual Governo do Estado de Rondônia, num verdadeiro marco histórico na luta pelo direito à dignidade e pelo respeito à diferença, nomeou, através de decreto, para ocupar o Núcleo LGBT da Gerência de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Assistência Social, a aguerrida e bravíssima militante do movimento homossexual Raimunda Denise Limeira Souza, lésbica assumida, chefe de família, acadêmica de filosofia e reconhecida liderança do segmento LGBT, detentora de largas e vitoriosas experiências no movimento social pelos diretos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros de Rondônia, com fortíssima e reconhecida atuação no movimento gay regional e nacional.

Sensível, competente, visionária na causa e consciente da necessidade de se instituir ações reparadoras à população LGBT, Denise Limeira sempre defendeu e apresentou propostas de atitudes governamentais com caráter continuado, capaz de combater, intransigentemente, a todo tipo de preconceito e discriminação a qualquer cidadão e cidadã, por questões de orientação sexual, racial, geracional, de gênero, sócio-econômica e aos portadores de necessidades especiais.

A nomeação desta legítima liderança do segmento LGBT foi uma vitória do movimento homossexual de Rondônia e, mais precisamente, do movimento que representa aqueles que sentem na pela a ausência do reconhecimento de sua cidadania.

Destarte, o segmento LGBT da zona leste da cidade de Porto Velho, mobilizado e representado pela ONG Porto Diversidade - uma instituição de alcance estadual e de responsabilidade social que milita na defesa da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros -, defendeu e lutou pela nomeação de Denise Limeira para o Núcleo LGBT da Gerência de Direitos Humanos da SEAS.

Setores conservadores do próprio segmento LGBT, sediados na região central de Porto Velho, e que de forma maldosa e equivocada se apresentam como donatários do movimento homossexual, neste momento conspiram contra a nomeação de Denise Limeira, pelo simples fato da atuante liderança simpatizar, colaborar e militar, de maneira contundente e eficaz, junto à população LGBT mais excluída, predominante nas regiões periféricas da cidade de Porto Velho e do Estado Rondônia, segmento acolhido e representado pelo Porto Diversidade, uma instituição não governamental constantemente excluída, perseguida e humilhada pelas ONGs que representam os interesses - nem sempre nobres - de homossexuais abastados, portadores de diplomas, bem colocados no mercado de trabalho e moradores dos bairros nobres da capital.

O movimento LGBT periférico, as ONGs verdadeiramente comprometidas com a promoção da dignidade das populações historicamente excluídas e lideranças homossexuais vêm a público PROTESTAR e manifestar INDIGNAÇÃO pelo comportamento covarde e truculento de falsas lideranças que usam o movimento social LGBT para se promoverem e atingirem seus objetivos pessoais, usurpando e se apropriando, indevidamente, da histórica luta de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros, bravos homossexuais que se traduzem em uma significativa parcela da população rondoniense vítima de violência que vai muito além da agressão física, atingi, sobretudo, a alma de cidadãos e cidadãs do segmento LGBT, contumazes reféns da impetuosa violência moral.

Conclamamos o apoio de homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais, negros, brancos e índios, jovens e idosos, centro e periferia na defesa da permanência de Denise Limeira como profissional integrante da equipe técnica do atual Governo, onde já responde de forma eloqüente e equilibrada - como é do feitio desta liderança - pelo Núcleo LGBT da Secretaria de Estado da Assistência Social.

Entendemos que a permanência de Denise Limeira na atual equipe técnica da SEAS se traduz em um avanço para população homossexual do Estado de Rondônia, particularmente, para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros que habitam regiões excluídas de Rondônia.

Para finalizar, o segmento LGBT e movimentos sociais legitimamente engajados apelam para espírito de justiça do Excelentíssimo Senhor Governador Confúcio Moura - reconhecidamente um homem público que na sua trajetória política, tanto no legislativo quanto no executivo, sempre assentou suas ações na defesa dos menos favorecidos – mantendo Denise Limeira no Núcleo LGBT da Secretaria de Estado da Assistência Social e, assim, fazendo reacender a chama da esperança por justiça social para a população homossexual do Estado de Rondônia.


Porto Velho, 16 de junho de 2011.


PORTO DIVERSIDAE – COLETIVO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA PROMOÇÃO DA CIDADANIA LGBT

UNIÃO DE NEGROS PELA IGUALDADE – UNEGRO/RO

ASSOCIAÇÃO DE JOVENS ESTUDANTES DE RONDÔNIA - AJERO

GRUPO CIDADE, CULTURA E INCLUSÃO – GCCI

COOPERATIVA DE MULHERES DOS BAIRROS MARIANA E SÃO FRANCISCO – COOPEMBAMAS

FEDERAÇÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA E ENTIDADES CARNAVALESCAS DO ESTADO E RONDÔNIA – FESEC

BOI-BUMBÁ VALENTE NEGRO

CENTRO ESPÍRITA ABAÇÁ DE ODÉ

RADIOLA DE SOM MISSÃO JAMAICA

CENTRAL REGGAE

sexta-feira, 10 de junho de 2011

SÃO CARLOS DO JAMARI

Por NAPRA (*)

Igreja católica do Distrito de São Carlos. Ao fundo o Rio Madeira
"A comunidade de São Carlos do Jamari se localiza na área rural do município de Porto Velho, capital do estado de Rondônia, na beira de um dos principais rios da bacia Amazônica: o Madeira. A localidade pode ser acessada por via fluvial e terrestre, estando em ambos os casos a cerca de cento e vinte quilômetros à jusante do município de Porto Velho e a cerca de duzentos quilômetros a montante da divisa de Rondônia com o estado do Amazonas. Essa distância pode ser percorrida em aproximadamente uma hora e vinte minutos de carro por estrada de terra ou cinco horas de barco “de linha” pelo rio Madeira.

Residência típica do Distrito de São Carlos
São Carlos encontra-se no entorno de duas unidades de conservação de uso sustentável, uma localizada na mesma margem do Madeira que a comunidade – a Reserva Extrativista do Lago do Cuniã – e a outra, na margem oposta – a Floresta Nacional do Jacundá.

De acordo com relatos de moradores locais, São Carlos foi formada por descendentes de trabalhadores de três seringais antigamente existentes em suas proximidades. Os nomes das antigas colocações de seringas e vilas daqueles tempos são ainda hoje referências espaciais importantes para os moradores das comunidades e usados freqüentemente, sobretudo, pelos extrativistas. Com a partida dos patrões, que ocorreu, ao que tudo indica, somente em meados do século XX, os trabalhadores se aglomeraram na localidade em que a comunidade hoje se localiza, apesar de a grande maioria continuar a coletar os produtos da mata nas mesmas colocações utilizadas na época dos patrões para vender de forma independente para os (poucos) comerciantes que vinham comprá-los de barco na beira do rio. Hoje São Carlos é uma das maiores comunidades do Baixo Madeira e possui uma infra-estrutura acima da média das outras comunidades.

Distrito de São Carlos
A comunidade possui 370 famílias (cerca de 1300 habitantes) e é sede de Distrito de Porto Velho também denominado São Carlos do Jamari, que inclui 11 outras comunidades. A comunidade conta com um Administrador Local que é indicado pelo Prefeito de Porto Velho. Além do administrador, a prefeitura mantém mais 16 funcionários que operacionalizam a prestação de serviços públicos básicos para a comunidade, como a limpeza e manutenção das áreas coletivas, a manutenção do microssistema de água que abastece à comunidade.

Distrito de São Carlos: a vida típica cabocla
A comunidade possui 4 associações locais, que representam os moradores, os pescadores, agricultores e extrativistas, as mulheres e os bandeirinhas (pessoas que trabalham no transporte de passageiros da comunidade para a estrada para Porto Velho, que se localiza na outra margem do Madeira). (...).

Além de atividades tradicionais como pesca, agricultura (de várzea e terra firme), extrativismo (castanha e açaí), uma parcela considerável dos moradores de São Carlos são funcionários públicos (cerca de 10% da população) e muitos trabalham e geram renda por meio do comércio (mercearias, bares, farmácia, pousadas, revenda de produtos locais). A grande maioria dos moradores locais, sobretudo os mais jovens, reclamam da falta de oportunidades de trabalho existentes na comunidade, apesar da imensa riqueza que a floresta proporciona para os seus habitantes. O alto custo do transporte e as dificuldades na comercialização dos produtos tradicionais são fatores que explicam essa situação."

(*) NAPRA, Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia é uma organização privada sem fins lucrativos que mobiliza estudantes universitários, profissionais e moradores de comunidades ribeirinhas para propor ações integradas para questões socioambientais da Amazônia brasileira. http://www.napra.org.br/
















                                      










terça-feira, 7 de junho de 2011

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Associação Rio Madeira realiza manifestação dentro das ruínas da antiga Câmara Municipal

Momento da ocupação das ruínas do antigo prédio da Câmara de
Vereadores,  em protesto, por membros da Associação Rio Madeira

No início da tarde do último sábado (28), membros da Associação Rio Madeira de Porto Velho (RO) realizaram uma manifestação dentro das ruínas da antiga Câmara municipal, localizada na rua José Bonifácio com Barão do Rio Branco.

De acordo com os associados, a manifestação é o início de um novo ciclo artístico e cultural para a capital rondoniense. Segundo o Jurista aposentado, José Berlande Andrade, o objetivo é fomentar e resgatar a história de Rondônia. Com faixas, banner, violão e atabaque o grupo cantou o hino de Rondônia. Logo, a emoção tomou de conta de vários associados e em seguida as lagrimas escorriam pelos rostos marcados pelo tempo e pela história de cada cidadão rondoniense.

Ruínas do antigo prédio da Câmara de Vereadores de Porto Velho
Para a associação Rio Madeira, a depredação e o abandono da cultura e do patrimônio histórico do estado está sofrendo ataques, pois para eles o que é de importância histórica para os tradicionais e para aqueles que chegaram aqui e formaram famílias estão sendo destruídos e enterrados.

Entretanto, a Associação Cultura Rio Madeira continuará realizando manifestações pacíficas em prol do patrimônio histórico e cultura de Rondônia em demais ruínas espalhadas por Porto Velho e região.

Fonte: rondoniaovivo.com, 30 de Maio de 2011, Remetido pela Assessoria Especial da Presidência da ACRM

ESTADO LAICO. O QUE É ISSO, COMPANHEIRA?

III Marcha Municipal Pela Diversidade Sexual, zona leste de Porto Velho
Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia

Católicas pelo Direito de Decidir) A ONG Católicas pelo Direito de Decidir divulga carta aberta à presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno da suspensão pelo governo do kit anti-homofobia a ser usado nas escolas públicas pelo Ministério da Educação. Leia a seguir trechos do documento:

"Presidenta Dilma, Estamos estarrecidas! A polêmica criada em torno do kit anti-homofobia e o recuo do governo federal ante as pressões vindas de alguns dos setores mais conservadores e preconceituosos da sociedade nos deixou perplexas. E temerosas do que se anuncia para uma sociedade que convive com os maiores índices de violência e crimes de morte cometidos contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex (LGBTTI) do mundo. Temos medo de um retorno às trevas, senhora Presidenta, e não sem motivos.

Miss Cidadania LGTT 2011, zona leste de Porto Velho
A vitoriosa pressão contra o kit anti-homofobia da bancada religiosa, majoritariamente composta por conservadores evangélicos e católicos, em um momento em que denúncias de corrupção atingem o governo, traz de volta ao cenário político a velha prática de se fazer uso de direitos civis como moeda de troca. Trocam-se, mais uma vez, votos preciosos e silêncio conivente pelo apoio ao preconceito homofóbico que retira de quase vinte milhões de brasileiros e brasileiras o direito a uma vida sem violência e sem ódio. A dignidade e a vida de pessoas LGBTTI estão valendo muito pouco nesse mercado escuso da política do toma-lá-dá-cá, senhora Presidenta! E o compromisso com a verdade parece que nada vale também.

Presidenta, convenhamos, a senhora sabe que o kit anti-homofobia é um material educativo, que não tem por finalidade induzir jovens a se tornarem homossexuais, até mesmo porque isso é impossível, como tod@s sabemos. Não se induz ninguém a sentir amor ou desejo por outrem. Mas respeito, sim. E ódio também, senhora Presidenta... ódio é possível ensinar! Poderíamos olhar para trás e ver o ódio que a propaganda nazista induziu contra judeus, ciganos, homossexuais. Porém, infelizmente, não precisamos ir tão atrás no tempo. Temos terríveis exemplos recentes de agressões covardes e aviltantes a pessoas LGBTTI e o enorme índice de violência contra as mulheres acontecendo aqui mesmo, em nosso próprio país."

III Marcha Municipal pela Diversidade Sexual - a população
ocupa as principais ruas da zona leste de Porto Velho
"Quando a senhora diz que todo material do governo que se refira a "costumes" deve passar por uma consulta a "setores interessados" da sociedade antes de serem publicados ou divulgados, como estampam hoje os jornais, ficamos ainda mais perplexas. De que "costumes" estamos falando, senhora Presidenta? E de que "setores interessados"? Não se trata de "costumes", mas de direitos de cidadania que estão sendo violados recorrentemente em nosso país e em nome de uma moral religiosa conservadora, patriarcal, misógina, racista e homofóbica. Trata-se de direitos humanos que são negados a milhões de pessoas em nosso país!

III Marcha Municipal pela Diversidade Sexual - a população
ocupa as principais ruas da zona leste de Porto Velho

E "setores interessados", nesse caso, deveria significar a população LGBTTI e todas as forças democráticas do nosso país que não querem ter um governo preso a alianças políticas duvidosas, ainda mais com setores "interessados" em retrocessos políticos quanto aos direitos humanos da população brasileira."

"Como Católicas pelo Direito de Decidir, repudiamos o uso das religiões neste contexto de manipulação política e afirmamos nosso compromisso com a laicidade do Estado, com a dignidade humana e nosso apoio ao uso do kit educativo pelo fim da homofobia nas escolas brasileiras."

Ana Marques
9951.1277

ABERTAS AS INSCRIÇÕES DO XV CONGRESSO BRASILEIRO DE FOLCLORE

Palestras, oficinas, cursos, exposições e cerca de 100 pesquisadores e folcloristas participarão deste encontro em São José dos Campos

Estão abertas as inscrições para o XV Congresso Brasileiro de Folclore, realizado pela Comissões Nacional e Paulista de Folclore, com a produção da Abaçaí Cultura e Arte e apoio do Governo do Estado de São Paulo. O evento, que acontecerá entre os dias 11 e 15 de Julho no município de São José dos Campos, interior de São Paulo, reunirá 100 pesquisadores de todos os Estados para palestras, oficinas, vivências e apresentação de manifestações folclóricas diversas como dança, música, artes plásticas e literatura.

Com o tema História e Folclore: caminhos que se entrecruzam, e através de abordagens transdisciplinares, o XV Congresso visa a atualização, diversificação e entrecruzamento de estudos recentes com pesquisadores contemporâneos que investigam as peculiaridades atuais das culturas populares/tradicionais e o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural, dos âmbitos da educação e de diversos segmentos das políticas públicas governamentais.

O Congresso contribuirá para o desenvolvimento de pesquisadores e estudiosos da cultura popular/tradicional e áreas afins, bem como outros produtores culturais, por meio do conhecimento, divulgação e discussão sobre os estudos de manifestações populares/tradicionais, suas diversas metodologias e áreas de pesquisa e ampliando e favorecendo a discussão dos novos paradigmas que norteiam o saber popular.

A partir do tema central do XV Congresso Brasileiro de Folclore, os eixos temáticos abordam Religiosidade; As políticas públicas; Patrimônio Imaterial da Cultura; Mesa Brasileira Tradicional; Cultura Popular e Turismo, Folguedos Populares; A música nossa em todos os sons; Literaturas; Arte e artesanato; Medicina popular.

Informações e programação completa sobre a composição das mesas e o curso de atualização para professores, estão disponíveis no site http://www.xvcongressodefolcloresp.org/

Programação Permanente - Todos os dias de 10 às 21h

Painéis com trabalhos iniciação científica

Revelando São Paulo - Mostra de artesanato e gastronomia tradicional, feira de livros, Cds.

Exposição de Fotos Etnográficas

Exibição de Vídeos - Documentais Etnográficos

Mesas redondas

Dias: 12, 13 e 14

Horários: 9h – 10h30 / 10h30 – 12h /14h - 15h30

MR1 Políticas públicas para o Patrimônio Imaterial da Cultura
MR2 O Patrimônio Imaterial da Cultura nas Constituições Brasileira e Paulista
MR3 Convenção da Diversidade: Unesco e Plano Nacional de Cultura
MR4 Mesa Brasileira Tradicional – a diversidade que se exibe aos sentidos
MR5 A cultura tradicional e a sustentabilidade
MR6 Festas e folganças – a corporalidade
MR7 A música tradicional em todos os tons
MR8 Turismo, a saciedade dos sentidos – vivências que renovam
MR9 Só se ama aquilo que se conhece - a Educação e o Patrimônio Imaterial da Cultura


Painéis

Dias: 12, 13 e 14

Horários: 9h – 10h30 / 10h30 – 12h /14h - 15h30

P1 A História e os saberes tradicionais: caminhos que se entrecruzam
P2 Folclore na era digital: novas abordagens das culturas tradicionais
P3 Mãos que fiam, modelam, transformam – a arte e o artesanato identitários
P4 Palavras que encantam - a tradição na poesia, na prosa, nos casos
P5 Identidades e Identificações no Brasil
P6 Desterritorialização: o regional na nacional e o universal no seu quintal
P7 CNF: a importância de seus arquitetos

Grupos de trabalho

Dias: 12, 13 e 14

Horários: 14h – 18h

GT1 Religiosidade: Expressões de necessidades dos homens de todos os segmentos social
GT 2 As políticas públicas
GT 3 Patrimônio Imaterial da Cultura
GT 4 Mesa Brasileira Tradicional
GT 5 Cultura Popular e Turismo
GT 6 Festas e Folguedos Populares
GT 7 A música nossa em todos os sons
GT 8 Literaturas
GT9 Arte e artesanato
GT10 Medicina popular: meizinhas e benzimentos
GT11 Folclore e práticas educacionais

Serviços:

XV Congresso de Brasileiro de Folclore

De 11 a 15 de Julho de 2011

São José dos Campos – São Paulo

Valor:

R$ 50,00

Contatos:
Site: http://www.xvcongressodefolcloresp.com/



NARCISO FREIRE ASSUME POBRES DO CAIARI

Porto Velho ... 1970  - Em quatro momentos flashs do primeiro desfile
da Escola de Samba Pobres do Caiari, no destaque o Decio Gusman.
(Fonte: Ivo Feitosa)

O técnico em transação imobiliária, Narciso de Oliveira Freire foi eleito na noite da última terça feira (31), presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Pobres do Caiari. A reunião foi presidida pelo sócio Raimundo Nonato Garcia Neto que nomeou o Edson José para atuar como secretário. Após a leitura do edital com a pauta da reunião, os sócios elegeram os membros do Conselho Deliberativo cuja presidência ficou com Raimundo Nonato Garcia Neto e a vice com o fundador da escola José Roberto de Melo e Silva o Zeca Melo. A eleição para a diretoria executiva aconteceu logo em seguida, tendo Narciso Freire encabeçando chapa única para presidente tendo como vice Silvio Santos, secretário Edson José e Tesoureiro Chiquito Paiva.

A nova diretoria da escola de samba Pobres do Caiari tem como missão principal, desenrolar uma ação do Patrimônio da União que solicita a reintegração de posse do terreno onde está construída a sede da escola. “Depois que resolvemos esse impasse, vamos trabalhar a reativação da programação cultural, assim como a volta da escola de samba aos desfiles carnavalescos de Porto Velho”, disse Narciso.


Reunião da Dirtoria do GRES Pobres do Caiari
 Garcia Neto fez discurso emocionado se colocando a disposição da diretoria executiva para colaborar no que for preciso. “Sinto-me deveras agradecido por ter sido eleito para presidir o Conselho Deliberativo da escola que amo de paixão”

A diretoria eleita marcou reunião de trabalho para a póxima terça feira as 20h00 na sede da escola.

DIPLOMATAS DO SAMBA E POBRES DO CAIARI

Por Anisio Gorayeb (*)


Desfile da Escola de Samba Pobres do Caiarí (Fonte: Ivo Feitosa)
No final de 1958 um grupo de amigos resolve criar a primeira escola de samba de Porto Velho. Entre os fundadores destacam-se, o velho Café, Bainha e Cabeleira. Nascia assim a Escola Diplomatas do Samba, que desfilou em 1959 pela primeira vez.

Para enfrentar os Diplomatas do Samba, um grupo de amigos resolve criar também uma escola de samba. Para alfinetar a concorrente que se intitulava de diplomatas e por morarem no bairro Caiarí, considerado bairro de elite, batizaram a escola de samba com o nome de Pobres do Caiarí. Os amigos eram os irmãos Lucival e Zé Roberto Melo, Zé Carlos Lobo e Silvio Santos, o Zekatraca.

Em 1965 realizam seu primeiro desfile, porém sem muita pretensão. Nos anos seguintes, Dona Marise Castiel assume a direção da Pobres do Caiarí. Daí então as coisas começam a mudar de figura, pois os Diplomatas reinava absoluta, e com a coordenação de Dona Marise os Pobres do Caiarí ganham seu primeiro título, salvo engano no carnaval de 1968.

A animação das amigas Nery, Herminia, Ely e Eury
 no carnaval do Ypiranga dos anos 70. (Fonte: Ivo Feitosa)
A rivalidade entre as duas escolas de samba durou até meados de 70, quando as duas desapareceram do cenário carnavalesco. Hoje temos novamente a Diplomatas do Samba, tentando voltar aos bons tempos dos sambistas: Bola Sete, Mario Alfaiate, Leônidas, Bizigudo, Roosevelt, Cabeleira, Bainha e muitos outros.

Quanto a Caiarí, a escola já anunciou sua volta algumas vezes, porém nada de concreto aconteceu. Gostaríamos que voltasse para abrilhantar mais ainda o nosso carnaval, e lembrarmos um pouco dos amigos: Flavio Daniel, Serrati, Neguinha, Vitinho, Silvio Santos, Babá, Chiquilito, Hiran, Zeca, Val, Zé Carlos e outros.

Os carnavais da década de 60 aconteciam na Presidente Dutra, em frente ao Porto Velho Hotel. As pessoas lotavam a avenida para assistir aos famosos blocos da época. Dentre os quais destacamos o Bloco da Cobra. Uma verdadeira confraria que surgiu no início dos anos 50. Um grupo de amigos pintados de preto carregava uma enorme cobra sobre os ombros. O bloco da cobra desapareceu no final dos anos 70. No inicio dos anos 80 surgiu um bloco parecido com o Bloco da Cobra. O Bloco da Minhoca, que tentava reviver os antigos carnavais e ao mesmo tempo reunir os filhos de Porto Velho. O bloco durou pouco tempo.

Desta época destaca-se também o Valdemar Cachorro, um grande folião que todo ano vinha para avenida desfilar com cobras vivas enroladas pelo corpo. Havia também o bloco do Periquito, O Triangulo não Morreu, uma homenagem ao bairro do Triangulo, o mais antigo de Porto Velho, que surgiu na época da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. O nome surgiu pelo fato de apenas o bairro ter permanecido no local, quando o 5º. BEC extinguiu a Baixa da União, Alto do Bode e a Rua do Coqueiro.

O bloco desfilava com dezenas de crianças, e tinham a sua frente o Periquito (ex-ferroviário) fantasiado de bailarina.

No inicio dos anos 70, um grupo de amigos resolvem criar um novo bloco de carnaval, surge assim o Bloco da Chuva. Um grande sucesso, pois sua fantasia era apenas uma toalha fixada com alfinete de segurança. Os homens sem camisa pintados ao estilo do conjunto Secos e Molhados, as mulheres com a parte superior do biquíni a mostra, e também pintadas. Depois de uma dissidência do Bloco da Chuva, surge o Bloco do Sol, que se tornou seu grande concorrente.

Hoje temos seis escolas de samba e dezenas de blocos espalhados pela cidade. Os atuais blocos não participam do circuito oficial. São blocos que tem seus dias de desfile e percurso definido pelos dirigentes. Dentre os atuais blocos destacamos os mais antigos, o Galo da Meia Noite (18 anos) e a Banda do Vai Quem Quer (30 anos).

João de Deus Simplicio no Bloco da Cobra
 em 1971. (Fonte: Ivo Feitosa)
A Banda do Vai Quem Quer é considerado o maior bloco da Região Norte. Arrastando uma massa de 120.000 pessoas, segundo cálculos da Policia Militar. A mesma é comandada pelo nosso amigo Manoel Mendonça, o Manelão.

Antes desta banda, Manelão e um grupo de amigos comandavam o Bloco do Purgatório no final dos anos 60. Este bloco que contava com dezenas de brincantes, levava para avenida um cortejo fúnebre, onde havia um sino que soava pausadamente como uma marcação. Os defuntos eram sempre os mesmos: Narciso ou o Serrati, pois eram os menores e mais franzinos. Havia o padre, a viúva e uma amante grávida, para a grande encenação durante o desfile. Uma verdadeira comedia carnavalesca.

Quanto ao Rei Momo dos anos 60 e 70, destacamos o Emil Gorayeb e o Mourãozinho. Participavam dos desfiles na avenida e tinham que visitar todos os bailes de carnaval dos clubes: Ypiranga, Ferroviário, Bancrévea, Danúbio. Imperial e Guaporé.

È importante lembrar que os bailes de carnaval eram animadíssimos, as bandas tocavam muitas marchinhas e samba. As pessoas se fantasiavam para participarem dos concursos de fantasia, e os clubes elegiam suas rainhas para disputar entre eles.

Os antigos carnavais tinham uma dose maior de romantismo. Porto Velho uma pequena cidade onde todos se conheciam e se envolviam para sua escola de samba ou bloco fazer bonito na avenida. Não havia caminhão de som e muito menos trio elétrico, os sambas enredos eram cantados pelos brincantes das escolas. Só havia a loja da Dona Nega, esposa do velho Amaral, para se adquirir artigos para as fantasias.

Aproveito para registrar o trabalho incansável das costureiras, em especial as saudosas senhoras Florípedes Carvalho, Hilda Maia, Agostinha Moreira e Oneida Gusman.

Bons tempos... Grandes carnavais...

Que Deus nos abençoe sempre...

Até a próxima.
(*) Anisio Gorayeb é colaborador do Gente de Opinião, natural de Porto Velho, economista, jornalista (Reg. No. 1058/DRT-RO), e funcionário publico. Apresenta programa nas rádios Transamazônica FM e Cultura FM, e o quadro “Historias da Nossa Terra” no programa VIVA PORTO VELHO, que vai ao ar todos os domingos às 12 (meio dia) pela Rede TV. E-mail: anisiogorayeb@hotmail.com

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